sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Chomsky e a escola gerativista

Os estudos gerativistas dispensam a concepção que enxerga a aquisição da linguagem como um processo de estímulo-resposta, propondo que a apreensão de um sistema como este se dá através de um trabalho de formulação de teses e hipóteses baseado em um conhecimento prévio da língua, que obtemos através de herança genética. Considerando este aspecto, e produzindo ciência em um contexto ainda positivista, Chomsky até propõe que a linguagem seja estudada pela Biologia, tão certo estava da hipótese da linguagem estar presente no cérebro humano. Assim, nos moldes da célebre distinção saussuriana entre langue e parole, Chomsky, por sua vez, estabelece uma diferença entre competência e desempenho.
Partindo da idéia da linguagem humana ser inata, Chomsky pressupõe a existência de uma gramática universal, a despeito das especificidades inerentes a cada língua. O autor observa traços característicos comuns a todas as línguas, como o fato de todas se estruturarem com o estabelecimento de um sujeito e um predicado, ou o fato de todas distinguirem três pessoas na elaboração de sentenças e, principalmente, o fato de todas compartilharem do
princípio da recursividade.
A partir desse princípio, Chomsky elimina a possibilidade de estudar a língua em uma única estrutura, pois suas possibilidades são infinitas, quer dizer, toda língua possui um número finito de elementos lingüísticos a partir dos quais o falante constrói um número infinito de combinações.
No próximo post, um roteiro que esclarece os pontos de que tratamos aqui.
Nicolle Casanova

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