sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Análise do Discurso de orientação francesa

A partir de 1969, os estudos de Análise do Discurso começam a ganhar força na França através das publicações de Michel Pêcheux, em especial a Análise Automática do Discurso (1969). Pêcheux faz uma leitura althusseriana da teoria lingüística, emprestando importância a elementos dos quais Saussure não se aproximou, a saber, sujeito, história e referente. Propõe uma investigação do processo de materialização da história e do sujeito na linguagem, investigação para a qual não há modelo metodológico. É o próprio objeto e o problema que se cria sobre ele que define quais procedimentos de análise serão mobilizados. A falta de modelo metodológico não significa falta de bases para a teoria, que é bem assentada nos seguintes pressupostos:
· A linguagem não é transparente. Ao contrário do pensamento de Karl Marx, a AD postula que o sentido construído pelo discurso não está na concretude das palavras, mas sim em elementos extralingüísticos, caracterizando então efeitos de sentido que podem ser orientados mas que se encontram à mercê das interpretações individuais
· O inconsciente é determinado pela ideologia, questionando a psicanálise Lacaniana, que postula que o inconsciente é a-histórico
· Não é possível estudar a língua sem considerar a articulação desta com sujeito, história e referente.

Nicolle Casanova

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